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... joaninha, voa, voa, ... pela aldeia fora ... (18 maio de 2013)

Sábado, 30.05.20

 

 

... joaninha, voa, voa, pela aldeia fora ...

 

republicação de 18 de maio de 2013, in:

https://aguasfrias.blogs.sapo.pt/2013/05/18/

 

Com a primavera chega também um inseto de uma beleza invulgar e que faz os encantos dos miúdos e graúdos - a joaninha.


Hoje vamos "acompanhar" uma breve viagem de uma hipotética joaninha e o que poderia ver da Aldeia.

 

Joaninha 1_ms_InPixio

Tenho pintinhas pretas

que me dão muita gracinha,

e gosto de ser quem sou

pequenina, Joaninha!

 

Joaninha 2_ms

Consigo voar lá no alto

mesmo sendo pequenina

levo cor, felicidade…

na ponta da minha asinha!

 

Joaninha 3_ms

Ai se eu fizesse magia…

andava por onde queria

ajudava toda a gente

a viver em alegria!

Joaninha 5_ms

 Para terminar o voo da nossa hipotética joaninha, vamos deixá-la "falar de si mesma" depois de ter consultado a wikipédia:

Joaninha 6

"Joaninha é o nome popular dos insetos coleópteros da família Coccinellidae. Os cocinelídeos possuem corpo semiesférico, cabeça pequena, 6 patas muito curtas e asas membranosas muito desenvolvidas, protegidas por uma carapaça quitinosa que geralmente apresenta cores vistosas. Podem medir de 1 até 10 milímetros, vivendo até 180 dias.

Joaninha 7_ms

Como os demais coleópteros, passam por uma metamorfose completa durante seu desenvolvimento; seus ovos eclodem em 1 semana e o estágio larval é de 3 semanas, durante o qual o inseto já apresenta a mesma alimentação do adulto (imago). A larva, geralmente, tem corpo achatado e longo, com tubérculos ou espinhos e faixas coloridas ao seu longo. Possui duas antenas que servem para sentir o cheiro e o gosto. Há cerca de 4500 espécies na família, distribuídas por 350 géneros, distinguíveis pelos padrões de cores e pintas da carapaça.

 

As joaninhas são predadores no mundo dos insetos e alimentam-se de afídeos, moscas da fruta, pulgões, piolhos da folha e outros tipos de insetos, a maioria deles nocivos para as plantas. Uma vez que a maioria das suas presas causa estragos às colheitas e plantações, as joaninhas são consideradas benéficas pelos agricultores. Apesar da grande utilidade, estes insetos sofrem ameaça dos agrotóxicos utilizados pelos agricultores em suas plantações, embora a maioria das espécies não seja considerada como ameaçadas."

 

 
Ver também:
 
https://www.facebook.com/mario.silva.3363
https://mariosilva2020.blogs.sapo.pt 
https://aguasfrias.blogs.sapo.pt 
https://www.flickr.com/photos/7791788@N04/
https://www.youtube.com/channel/UCH8jIgb8fOf9NRcqsTc3sBA?view_as=subscriber"
 
 
 
 
 

 

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publicado por Mário Silva às 00:05

Trabalho no campo - Sementeira (maio de 2009)

Quarta-feira, 27.05.20

 

Trabalho no campo

Sementeira

 

Republicação de 31 de maiode 2009, in:

https://aguasfrias.blogs.sapo.pt/2009/05/31/

 

Continuando a saga dos trabalhos agrícolas, e depois de todas as tarefas, que tinham como objectivo máximo, criar todas as condições, do ventre da terra, para a sementeira.
 
 
Terreno lavrado - foto tirada no inicio de Maio - as cerejas ainda estavam por amadurar ... mas agora ....
 
 
Semear – colocar as sementes na terra.
 
Esta tarefa para mim, um citadino não agricultor, tem um significado que vai além da simples tarefa de lançar a semente à terra – faz-me lembrar o momento depois da "concepção" (que se fez ao nível da flor, na agricultura, e no encontro do espermatozóide com o óvulo) e que deu origem a um embrião (a semente – na agricultura).
 
A partir deste momento esta, tem dentro de si, já todos os elementos para dar origem a um novo ser vivo (radícula, caulículo, folículos e até substâncias de reserva) – mas precisa de um ventre (solo) e condições para se desenvolver (os nutrientes – no estrume ou adubo, nos sais minerais da terra, … que serão absorvidas com a ajuda da água).
 
Até aqui se encontra analogia com o que se passa dentro do ventre materno em que o embrião humano está protegido pelo líquido amniótico e recebe todos os nutrientes para o seu desenvolvimento através do cordão umbilical que o liga à progenitora.
A mãe passa a ter alguns cuidados para que o seu futuro bebé disfrute das melhores condições para o seu desenvolvimento. Ainda não o vê mas, mas já cuida dele.
 
 
 
Também o agricultor dá algum conforto à sua semente, cobrindo-a com a terra fofa, sem antes lhe preparar os nutrientes essenciais: estrume, adubo, material orgânico.
 
Também antes os pais sonharam, idealizaram e prepararam condições económicas, de organização para a recepção do novo ser.
Afinal foi o que cada agricultor (lavrador) fez, ao preparar o terreno, lavrando-o, frezando-o, tirando pedras e ervas daninhas, que pudessem ser obstáculo para que a semente, agora lançada, vingasse e desse um novo ser perfeito e viçoso.
 
"O QUE VOCÊ SEMEAR, VOCÊ COLHERÁ” – ditado popular
 
Ainda antes foi preciso escolher cuidadosamente a semente que mostrasse melhores condições (grande parte delas já apartadas desde a última colheita).
 
 
 
Chegou o momento de tanta espera, destes novos seres vivos que serão as novas plantas: o milho, o centeio, o trigo, as favas, o tomate, pepino, feijão, …. – lança-se a semente à terra.
 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Tal como o embrião humano também as sementes nem sempre dependem das condições e cuidados que lhes depositamos. Podem ser doenças que não se podem prever e na agricultura além disso ainda dependem de factores climatéricos que não se podem controlar.

 
Basta uma chuva, granizo, geada, frio ou calor em demasia e fora de tempo, para que todo o trabalho anteriormente feito, vá “por água abaixo” e desfaça sonhos, previsões sentindo o vazio de todo esse trabalho, sentindo que foi em vão, e quase sempre sem qualquer retribuição económica que seria, a base de sobrevivência para uma boa parte do ano.
É o "aborto" expontâneo" que leva à desilusão, deixa cair todas as expectativas e leva por vezes à revolta interior.
 
É esta talvez uma das razões para se verem pela Aldeia cada vez mais terreno de poulo”.
 
 
 
Tanto “ventre” que depois de décadas e décadas de terem “partos” consecutivos e produtivos, que davam sustento a todas as famílias (e numerosas), são agora “úteros vazios”, dando lugar a locais carregados de “fungos”, “bactérias”, enfim ervas daninhas que em nada enobrecem esses ventres fecundos e sadios.
 
Mas mesmo contra todas essas adversidades as gentes residentes/resistentes, não baixam os braços e lutam e persistem (e ainda bem) em semear as suas terras e hortas, esperando o nascimento dos novos seres vivos que serão, quais filhos, que os apoiarão ao longo do(s) o(s) ano(s).
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Continuam a cuidar das suas sementes, que no seio da terra se vão desenvolvendo, sachando a terra, eliminando as ervas daninhas que lhes roubam o sustento “às suas filhas”, e arejam o terreno e em tempo de canícula vão logo, antes do nascer do sol, regá-las, para que nada lhes falte.
 
Começam a emergir, da terra tenras plantas, indefesas e necessitadas de cuidados redobrados – é a fase do nascimento.
 
Mas tal como nos humanos, é altura de alegria, mas não o fim. Ainda falta muito para deixarem de ser cuidadas, pois até ao amadurecimento (até adultos) precisam dos seus progenitores.
 
Todos os cuidados são fundamentais e não há tempo para desleixos.
 
Tanto no desenvolvimento de um bebé como de uma planta, cada fase precisa de tarefas distintas e nem sempre fáceis, a maior parte das vezes são árduas e às vezes penosas.
Tal como se deseja a um bebé que ele seja perfeito e saudável, também depois da sementeira é preciso desejar um bom desenvolvimento das plantas para que a colheita seja proveitosa e proporcional ao esforço dispendido.
 
Por tudo isso, o meu desejo é que todas as colheitas realizadas sejam proporcionais ao esforço que, embora eu não o fizesse, observei e constatei a forma como cada agricultor dispendeu com muito esforço (as mão calejadas, as costas doridas, as dores nas pernas e braços, canseiras em arranjar quem ajude, que o tractor funcione, que …. até porque a população vai envelhecendo e as forças já não são as mesmas dos 20 anos.
 
Claro que há, felizmente, jovens (poucos) que ainda trabalham a terra, ajudando os pais e espantem-se: jovens casais, com a colaboração dos filhos, que sendo oriundos de Águas Frias compraram casa e terrenos e que vem das terras onde vivem (a centenas de quilómetros) e passam o seu fim-de-semana a trabalhar na Terra que é a sua.
 
 
São poucos mas são de louvar, pois prescindem muitas vezes do seu tempo de lazer e férias para tratar as terras, hortas e vinhas que certamente, sem a sua intervenção iriam juntar-se às muitas que, ao abandono se encheram de silvas, gestas e todo o tipo de ervas que invadem os terrenos incultos.
 
A Tia Lila ensinando como se cava o rego para se colocarem as sementes ...
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Os ensinamentos foram eficazes e ... mãos na enxada e o rego lá vai seguindo o seu caminho.    Citadinos com amor pela terra.
 
Com a supervisão da Tia Lila, todos trabalham; uns cavam , outros semeiam, uns com mais geito, outros sem geito nenhum,....
 
 
 
Todos dão seu contributo (segundo o seu geito) sob o olhar atento do cão.
 
Aqui se pode ver as diferenças de postura de quem já semeia há décadas e quem nunca o tinha feito. A tia Lila de costas direitas , descontraída, lançando de forma ritmada as sementes à terra, outro, de costas curvadas com medo que as sementes não caiam no sítio certo.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O amor à sua Terra e à terra, ainda existe ...
 
 
 
Antes de terminar este tema e, se repararam não mencionei o “semear” da batata, pois penso que é pouco "correcto", pelo menos cientificamente, falar de semear quando afinal a batata é um tubérculo e não uma semente e por isso seria mais correcto, pelo menos no seu conceito, em falarmos em plantar batatas (mesmo quando dizemos “batata de semente”).
 
 
************************************************************************
 
Queria deixar ainda um poema de Luiz Wilson, dedicando-o a todos os agricultores, em especial áqueles que mesmo com o avançar da idade, ainda cultivam a terra com a mesma paixão dos seus vinte ou trinta anos:
 
 
“Canto meu verso para o velho agricultor
Reconhecendo seu valor por sua forma de plantar
Ele agora já tem seu rosto enrugado
Seu andar modificado mas não pára de lutar
 
A sua enxada é sua arma mais potente
Agricultor, homem valente, homem da mão calejada
O cansaço é invisível no seu rosto
Ele tá sempre disposto e não teme qualquer jornada
 
Sua experiência vale um bom troféu
Para o velho agricultor eu tiro o meu chapéu
 
É muito cedo na hora que o galo canta
Quando ele se levanta e bota lenha no fogão
Toma um café muitas vezes apressado
Pensando lá no roçado como se fosse o patrão
 
Não há relógio que controle o seu horário
O Sol é seu calendário, seja em que tempo for
Cada estação ele sonha com a colheita
Sua fé sempre respeita e trata a terra com amor
 
Sua experiência vale um bom troféu
Para o velho agricultor eu tiro o meu chapéu”
 
 
 
 
 
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E lembremos sempre do velhos ditados populares sobre a sementeira:
 
 

"Quem semeia ventos, colhe tempestades”

“Quando a Lua minguar, nada hás-de semear “
 
"Falar é semear; ouvir é colher”
 
 
 
E já agora que Maio está a terminar, alguns provérbios sobre este mês:
 
 
"O Maio me molha, o Maio me enxuga
 
Maio ventoso faz o ano formoso
 
Maio couveiro não é vinhateiro.
 
Maio frio e Junho quente: bom pão, vinho valente.
 
Maio hortelão, muita palha e pouco grão.

Maio pardo e ventoso faz o ano formoso.
 
As favas, Maio as dá, Maio as leva.
 
Quando Maio chegar, quem não arou tem de arar.
 
Uma água de Maio e três de Abril valem por mil.
 
 

Até lá ... Boas Colheitas.
 
 
 
Ver também:
 
 
 
 
                     
 
 
 
 

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publicado por Mário Silva às 00:07

Re/en...cantos desta Aldeia ...

Domingo, 24.05.20

Re/en...cantos ...

 

Aqui deixo algumas fotos, que tentam ilustrar, alguns re/en...cantos desta Aldeia.

Aldeia 1_ms

 

 

Aldeia 2_ms

 

Aldeia 3_ms

 

Aldeia 4_ms

 

Aldeia 5_ms

 

Aldeia 6_ms

 

Um olhar mais atento e cada recanto, pode-nos revelar algumas belas surpresas (boas ou nem por isso).

.

Republicação de 22 de maio de 2010, em:

https://aguasfrias.blogs.sapo.pt/2010/05/22/

 

Ver também:

https://aguasfrias.blogs.sapo.pt
https://mariosilva2020.blogs.sapo.pt
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https://www.youtube.com/channel/UCH8jIgb8fOf9NRcqsTc3sBA?view_as=subscriber"

 

 

 

 

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publicado por Mário Silva às 00:42

Rua N.ª Sr.ª dos Prazeres - de 2011

Sábado, 23.05.20

 

 

Rua N.ª Sr.ª dos Prazeres

 

Vamos desde a Rua Cimo de Vila até à Estrada Nacional.

 

 

É uma rua íngreme mas que tem alguns pontos de interesse como seja o "pórtico" que inicia a Rua e que provavelmente seria a entrada principal de uma grande quinta.

 

De notar que no cimo desse pórtico existe uma pedra talhada em forma de concha (seria ponto de passagem para os caminhos de Santiago???).

 

 

No meio dessa rua já foi o local de uma "Escola Primária", hoje habitação da Sr.ª Lila.


 

O nome da rua deve-se à existência de uma pequena capela, agora (em 2011) em estado de degradação completa, mas ao que me foi dito, esta será motivo de obras  de restauro, dando dignidade à capela de Nª Srª dos Prazeres (hoje, 2020 já restaurada, mas sem nenhuma imagem de Nª Srª dos Prazeres).

 

 

Esta capela, em tempos, estava aberta à população e até era rezada missa, mas já não sei em que altura do ano.

Como povo devoto, os aquafrigidenses tinham e têm uma devoção especial por esta santa.

 

 

 Enquanto subimos a rua, iremos contar um pouco da história desta santa, N.ª Sr.ª dos Prazeres:

 

 

Bem antes da última peste que houve em Lisboa, em 1599, uma imagem da Mãe de Deus, apareceu sobre uma fonte, em Alcântara, na quinta dos Condes da Ilha.

 

 

Essa fonte começou a ser chamada de "santa" porque sua água passou a curar várias enfermidades.

 

Os condes levaram a imagem para sua casa, colocando-a em seu oratório. No entanto, certo dia a mesma imagem desapareceu do seu lugar para ser encontrada sobre um poço.

 

 

Nossa Senhora manifesta-se, então, a uma menina, dando-lhe a missão de pedir aos vizinhos e familiares para ali construirem uma capela onde ela fosse venerada sob o título de Senhora dos Prazeres.

 

 

As pessoas não duvidaram da criança e em pouco tempo a ermida foi erguida.

 

 

A imagem foi ali depositada e os prodígios começaram a ocorrer.

 

 

Nossa Senhora dos Prazeres é a mesma Nossa Senhora das Sete Alegrias, devoção de origem franciscana.

 

 

As maiores alegrias ou os maiores prazeres de Maria Santíssima, que foram enumerados por um noviço franciscano, são os seguintes: a anunciação do anjo, a saudação de Isabel, o nascimento de Jesus, a visita dos Reis Magos, o encontro com o Menino no templo, a primeira aparição do Ressuscitado e a sua coroação no céu.

 

 

Portugal foi a primeira nação católica a festejar as alegrias de Maria.

 

Senhora dos Prazeres, vinde encher de alegria a nossa vida.

Afastai de nós toda espécie de tristeza.

Rogai por nós, que recorremos a vós!

 

 

 

 

ORAÇÃO A NOSSA SENHORA DOS PRAZERES

Nossa Senhora dos Prazeres, nossa mãe querida, lembrando-nos de vossas grandes alegrias: a Anunciação do Senhor, a Visita à vossa prima Santa Isabel, o Nascimento do Menino Deus, a Adoração dos Magos ao vosso divino Filho, o Encontro de Jesus no Templo, a Ressurreição de Cristo e a vossa gloriosa Assunção, queremos pedir vossa intercessão por nós e pelas nossas famílias junto a Deus. Que Ele nos livre das doenças e dos perigos, do desemprego e da desunião. Nossa Senhora dos Prazeres, ajudai-nos a sermos bons seguidores de vosso adorado Filho, lendo e refletindo a Bíblia Sagrada, alimentando-nos de Jesus na Eucaristia e participando ativamente de nossa Comunidade. Queremos viver o mandamento do amor para com todos e caminhar em nossa vida dentro da justiça, colaborando para a construção da paz e da fraternidade.

Amém.

 

Chegamos finalmente à Estrada Nacional  ...

 

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Republicação de 29 de maio de 2011 em https://aguasfrias.blogs.sapo.pt/2011/05/29/

 

Ver também:

 

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www.flickr.com/photos/7791788@N04

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publicado por Mário Silva às 00:08

Rua Cimo de Vila (maio de 2011)

Sexta-feira, 22.05.20

 

 

 

Iremos fazer uma pequena incursão pela Rua Cimo de Vila (imagens de maio de 2011)

Esta artéria tem início na Rua 1.º de Maio e vai até à estrada nacional 103.

 

Cimo de Vila 2_InPixio_ms_P&B

Iremos acompanhar as imagens com o poema "Realidade" de Álvaro de Campos, (heterónimo de Fernando Pessoa) in "Poemas".

 

REALIDADES

 

Sim, passava aqui frequentemente há vinte anos...

Nada está mudado — ou, pelo menos, não dou por isto —

Nesta localidade da aldeia...

 

Há vinte anos!...

O que eu era então! Ora, era outro...

Há vinte anos, e as casas não sabem de nada...

 

Cimo de Vila 3_InPixio_ms

 

Vinte anos inúteis (e sei lá se o foram!

Sei eu o que é útil ou inútil?)...

Vinte anos perdidos (mas o que seria ganhá-los?)

 

 

Tento reconstruir na minha imaginação

Quem eu era e como era quando por aqui passava

Há vinte anos...

Não me lembro, não me posso lembrar.

 

Cimo de Vila 5_InPixio_ms

 

O outro que aqui passava, então,

Se existisse hoje, talvez se lembrasse...

Há tanta personagem de romance que conheço melhor por dentro

De que esse eu-mesmo que há vinte anos passava por aqui!

 

Cimo de Vila 6_InPixio_ms

 

Sim, o mistério do tempo.

Sim, o não se saber nada,

Sim, o termos todos nascido por aqui (ou não)

Sim, sim, tudo isso, ou outra forma de o dizer...

 

Daquela janela do primeiro andar, ainda idêntica a si mesma,

Debruçava-se então uma rapariga mais velha que eu, mais

lembradamente de azul.

 

Cimo de Vila 9_InPixio_ms

 

Hoje, se calhar, está o quê?

Podemos imaginar tudo do que nada sabemos.

Estou parado física e moralmente: não quero imaginar nada...

 

Houve um dia em que subi esta rua pensando alegremente no futuro,

Pois Deus dá licença que o que não existe seja fortemente iluminado,

Hoje, descendo esta rua, nem no passado penso alegremente.

Quando muito, nem penso...

Tenho a impressão que as duas figuras se cruzaram na rua, nem então nem agora,

Mas aqui mesmo, sem tempo a perturbar o cruzamento.

 

Cimo de Vila 11_InPixio_ms

 

Olhamos indiferentemente um para o outro.

E eu o antigo lá subi a rua imaginando um futuro girassol,

E eu o moderno lá desci a rua não imaginando nada.

 

Talvez isso realmente se desse...

Verdadeiramente se desse...

Sim, carnalmente se desse...

 

Cimo de Vila 10_InPixio_ms

 

Sim, talvez...

 

 

Álvaro de Campos, in "Poemas"

Heterónimo de Fernando Pessoa

 

 

Bom ... o poema já terminou e ainda vamos a meio caminho da Rua Cimo de Vila.

 

 E ... agora que ela começa a subir ...

 

... vamos ganhar "fôlego" para descobrir,  outros recantos/ encantos desta Rua de Cimo de Vila.

 

 

Republicação (adaptada) de 07 de maio de 2011, in: https://aguasfrias.blogs.sapo.pt/2011/05/07/

 

 

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publicado por Mário Silva às 00:07


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