ÁGUAS FRIAS - Chaves - PORTUGAL
Memórias e outras da Aldeia de Águas Frias - Chaves - Trás-Os-Montes - PORTUGAL
A Vida não Cabe numa Teoria (19 Julho 2011)
A Vida não Cabe numa Teoria
Republicação de 19 de julho de 2011, in:
https://aguasfrias.blogs.sapo.pt/2011/07/19/
A vida... e a gente põe-se a pensar em quantas maravilhosas teorias os filósofos arquitetaram na severidade das bibliotecas, em quantos belos poemas os poetas rimaram na pobreza das mansardas, ou em quantos fechados dogmas os teólogos não entenderam na solidão das celas.
Nisto, ou então na conta do sapateiro, na degradação moral do século, ou na triste pequenez de tudo, a começar por nós.
Mas a vida é uma coisa imensa, que não cabe numa teoria, num poema, num dogma, nem mesmo no desespero inteiro dum homem.
agosto 2007
A vida é o que eu estou a ver: uma manhã majestosa e nua sobre estes montes cobertos de neve e de sol, uma manta de panasco onde uma ovelha acabou de parir um cordeiro, e duas crianças — um rapaz e uma rapariga — silenciosas, pasmadas, a olhar o milagre ainda a fumegar.
Miguel Torga, in "Diário (1941)"
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Não me sinto um destruidor ... (25 julho 2011)
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Não me sinto um destruidor ...
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Republicação de 25 de julho de 2011, in:
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"Não me sinto um destruidor; o que quero é que tudo nasça com a força que as cousas verdadeiras e naturais merecem, e que o ranço velho não estrague o azeite novo."
Miguel Torga - Diário (1946)
"Vende-se?!!!" - fevereiro de 2008
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A Maravilha da Vida é Tudo Nela Ter Justificação (21 - julho - 2011)
A Maravilha da Vida
é Tudo Nela
Ter Justificação
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Republicação, de 21 julho 2011, in:
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“Desabafo dum amigo, que não encontra justificação para o seu pecado mortal, que é viver. Viver ao sol, gratuitamente, como um lagarto. Respondi-lhe que a maravilha da vida é tudo nela ter justificação. É, da mais rasteira erva ao mais nojento bicho, não haver presença no mundo que não seja necessária e insubstituível.
Rua Central deserta - maio 2010
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Que, do contrário, era faltar na terra esta admirável plurivalência, que faz de uma tarde de sol, de trigo e de cigarras o mais assombroso espetáculo que se pode ver. O medir depois a distância que vai da formiga ao leão, da urtiga ao castanheiro, de Nero a S. Francisco de Assis, é uma casuística que não tem nada que ver com a torrente de seiva que inunda o mundo de polo a polo.
Foi-se, e à tarde apareceu-me com um belo poema.”
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Miguel Torga, in "Diário (1938)"
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Um dia no Castelo de Monforte de Rio Livre (20-07-2007)
Um dia no
Castelo de Monforte de Rio Livre
Republicação de 20 JUL 2007, in:
https://aguasfrias.blogs.sapo.pt/2007/07/20/
Neste mundo virtual é possível fazer viagens somente com a memória, mas nada se compara com a realidade palpável e sentida.
Assim, … hoje (20/07/2007), resolvi “subir” a encosta do Brunheiro e “visitar” o ex-libris da aldeia de Águas Frias – o Castelo de Monforte de Rio Livre.
Castelo de Monforte de Rio Livre
A caminhada desde Águas Frias pode ser feita a pé (devendo-se evitar a altura do dia em que o Sol esquenta) ou de carro, desde a estrada nacional 103, pelo caminho em terra batida que, serpenteando a encosta, vai levar-nos diretamente ao referido Castelo.
Não irei falar da sua história ou das suas estórias, que ficarão para outra ocasião, mas … e como estamos em época de férias, … de um ótimo local de lazer, onde se pode passar um repousante dia num local fresco (como convém), com esplêndidas vistas sobre Águas Frias, as aldeias vizinhas, da barragem de Arcossó (ou entre nós, das Nogueirinhas) e ainda sobre as terras de Espanha, podendo até, com alguma atenção, descortinar o Castelo de Monterey, em Verin.
Águas Frias vista do Castelo de Monforte de Rio Livre
No espaço envolvente ao castelo pode-se disfrutar da sombra de árvores, (que embora recentes, ??!!!) nos dão a sombra tão desejada nesta época de Estio. Pelo meio, encontramos mesas e bancos de granito cobertos por pequenos telheiros onde poderemos banquetearmo-nos com o farnel que trouxermos ou até fazermos uns grelhados, já que existem vários “assadores” estrategicamente espalhados pelo recinto (?!!!!!). Já agora, … quando os utilizarmos devemos ter todos os cuidados (e mais alguns), pois estamos em plena serra e o menor descuido pode ser o provocador dos tão tenebrosos incêndios. Afinal quem é que quererá ser o destruidor de tão aprazível lugar?
Existem também torneiras de água potável junto dos “assadores” para “matar a sede” aos incautos que se esquecerem de trazer outro tipo de bebida (???!!!!!).
Mesas e bancos de granito no Castelo de Monforte de Rio Livre
Antes ou após o repasto, subamos até ao Castelo e deixemo-nos “recuar” no Tempo e imaginemos como seria a vida naquele lugar e naquele tempo.
Do Castelo deixemo-nos embalar pela brisa do vento e contemplemos a paisagem.
Verá que não dará o tempo como perdido ... e certamente voltará.
O castelo e o "parque de lazer"
Mas “como não há bela sem senão…”, deixo aqui um pequeno reparo:
Porque não se cortam as ervas que invadiram o interior do Castelo? Será descuido? De quem? Será que o Castelo de Monforte do Rio Livre deixou de ser monumento nacional? De certeza que as ervas não serão para dar um ar mais rústico ao Castelo e não abonam para a beleza, imponência e importância que teve. – “opinião do autor reportada a 20 de julho de 2007”
Os monumentos são a memória de todo um Povo.
Bom, onde isto já me leva!!!
Foi apenas e só … um desabafo.
Para todos umas BOAS FÉRIAS.
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Devo à Paisagem as Poucas Alegrias que Tive no Mundo (17 julho 2011)
Devo à Paisagem
as Poucas Alegrias
que Tive no Mundo
Miguel Torga
Republicação, de 17 julho 2011, in:
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"Devo à paisagem as poucas alegrias que tive no mundo. Os homens só me deram tristezas. Ou eu nunca os entendi, ou eles nunca me entenderam. Até os mais próximos, os mais amigos, me cravaram na hora própria um espinho envenenado no coração.
A terra, com os seus vestidos e as suas pregas, essa foi sempre generosa. É claro que nunca um panorama me interessou como gargarejo. É mesmo um favor que peço ao destino: que me poupe à degradação das habituais paneladas de prosa, a descrever de cor caminhos e florestas.
As dobras, e as cores do chão onde firmo os pés, foram sempre no meu espírito coisas sagradas e íntimas como o amor. Falar duma encosta coberta de neve sem ter a alma branca também, retratar uma folha sem tremer como ela, olhar um abismo sem fundura nos olhos, é para mim o mesmo que gostar sem língua, ou cantar sem voz.
Vivo a natureza integrado nela. De tal modo, que chego a sentir-me, em certas ocasiões, pedra, orvalho, flor ou nevoeiro. Nenhum outro espetáculo me dá semelhante plenitude e cria no meu espírito um sentido tão acabado do perfeito e do eterno. Bem sei que há gente que encontra o mesmo universo no jogo dum músculo ou na linha dum perfil.
Lá está o exemplo de Miguel Ângelo a demonstrá-lo. Mas eu, não.
Eu declaro aqui a estas fundas e agrestes rugas de Portugal que nunca vi nada mais puro, mais gracioso, mais belo, do que um tufo de relva que fui encontrar um dia no alto das penedias da Calcedónia, no Gerez. Roma, Paris, Florença, Beethoven, Cervantes, Shakespeare...
Palavra, que não troco por tudo isso o rasgão mais humilde da tua estamenha, Mãe!"
Miguel Torga, in "Diário (1942)"
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