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Poema de outubro – Águas Frias (Chaves) – PORTUGAL (13_10_2012)

Segunda-feira, 12.10.20

 

 

Republicação de 13 de outubro de 2012, in

https://aguasfrias.blogs.sapo.pt/2012/10/13/

 

Poema de Outubro

 

As suas cores cruas, sequiosas e ousadas,

dizem que são duras, de verdade capital,

mostram almas livres e belas, que voam,

para um abrigo cruel, esperado e respeitado.

raio de sol_ms

Um raio de luz outonal ...

 

O seu comportamento é incerto, desperta

o pensamento incauto, que era passado,

exercita a natureza tola e impossibilitada,

traz fantasias densas em arrepios alados.

cacho de uvas_ms

Cacho de uvas na cepa ...

 

Badala a ilusão doce e pura da hibernação,

sono leve, repousante e doentio. Edificado,

onde se recolhem os ousados sãos e impuros,

descansando da dor infernal…dos dias sujos.

Vindimando_ms

Vindimando ...

 

Tudo permanece calmo, quente e desigual,

as sensações do oculto pelo sol queimadas,

não se separam numa paragem qualquer,

viajam no centro das descobertas toscas.

uvas e figos_ms

Frutos outonais ...

 

E a perpetuidade, que não é uma lenda,

é aparição impalpável de odor poético,

é a conjugação acrobática e imperfeita,

da existência inexplicável, com o meio.

carregando sacos das uvas_ms

Carregando as uvas vindimadas ...

 

Daquela que brinca com o universo,

que se deita numa cama de estrelas e

tem as letras e o sol como almofada,

no sono, Vénus, nua, sentada em lua.

pipo_ms

 O pipo em espera ....

 

A sede que a ele colam, é de existência

digna, irrequieta, que devorou a inépcia

da alma, que camuflou, mas não varreu

a incompreendida ética, de sonhador

imoral, que depois de morrer na sua

existência, na sua morte viverá.

 .

Samuel Santos

 

In: http://samuca.bloguepessoal.com/445385/POEMA-DO-OUTUBRO/

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publicado por Mário Silva às 00:06

MEMÓRIAS FOTOGRÁFICAS DE 2008 (14 JUL 2012)

Domingo, 26.07.20

 

 

MEMÓRIAS FOTOGRÁFICAS DE 2008

(14 JUL 2012)

 

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Republicação de 14 JUL 2012, in:

https://aguasfrias.blogs.sapo.pt/39005.html

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Hoje fui ao baú das recordações fotográficas e venho partilhar esses momentos passados na Aldeia de Águas Frias. As fotos já se reportam a agosto de 2008 (já passaram quase 12 anitos) mas poderiam ser tiradas hoje que as diferenças seriam impercetíveis.

foto 1

A macieira e o Pôr do Sol

 

foto 2

Campo de cultivo a despontar

 

foto 3

Casa típica com a sua escada exterior de pedra (já demolida)

 

Porque há lugares, meu Deus,
que têm de ser mantidos.
E é preciso que tudo isto continue,
Quando já não for como agora,
Mas melhor.

É preciso que a vida do campo continue.
E a vinha e o trigo e a ceifa e a vindima.
(...)

A Aldeia é este sossego feito de silêncio e casas pequenas,
de campos e rebanhos.
Esta paz que pode servir para preparar algum combate.
Na Aldeia há palavras difíceis.
A Aldeia não está na moda.
Seja bem-vindo. Escolha o seu caminho.

 .

 

(Charles Péguy)

 

foto 4

O sr. Tonhinho e a carroça

 

foto 5

As nuvens e o Castelo de Monforte de Rio Livre

foto 6

O equilíbrio das fragas

 

foto 7

Olhar pelo meio do tronco de castanheiro

 

foto 8

A casa e a fraga

foto 9

Casa típica "envelhecida" (já demolida)

 

E como já dizia a canção de Vítor Espadinha " Recordar é viver"  ... então Recordemos e Vivamos em paz e alegria com a esperança de voltar (ou visitar pela primeira vez esta pequena, mas bela aldeia transmontana - ÁGUAS FRIAS.

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… os animais … no (do) campo … (1) - Republicação de 15 de junho de 2013

Sexta-feira, 26.06.20

 

 

… os animais … no (do) campo … (1)

 

Republicação de 15 de junho de 2013

In: https://aguasfrias.blogs.sapo.pt/2013/06/15/

 

 

"De todos os animais da criação
o homem é o único que
bebe sem ter sede
come sem ter fome
e fala sem nada dizer"

John Steinbeck

 

 

boi_ms

 

Vitelos_ms

Burro do Charrua_ms

 

🐏          🐐          🐴          🐎          🐑          🐕

 

 

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publicado por Mário Silva às 00:06

Trabalho no campo - Sementeira (maio de 2009)

Quarta-feira, 27.05.20

 

Trabalho no campo

Sementeira

 

Republicação de 31 de maiode 2009, in:

https://aguasfrias.blogs.sapo.pt/2009/05/31/

 

Continuando a saga dos trabalhos agrícolas, e depois de todas as tarefas, que tinham como objectivo máximo, criar todas as condições, do ventre da terra, para a sementeira.
 
 
Terreno lavrado - foto tirada no inicio de Maio - as cerejas ainda estavam por amadurar ... mas agora ....
 
 
Semear – colocar as sementes na terra.
 
Esta tarefa para mim, um citadino não agricultor, tem um significado que vai além da simples tarefa de lançar a semente à terra – faz-me lembrar o momento depois da "concepção" (que se fez ao nível da flor, na agricultura, e no encontro do espermatozóide com o óvulo) e que deu origem a um embrião (a semente – na agricultura).
 
A partir deste momento esta, tem dentro de si, já todos os elementos para dar origem a um novo ser vivo (radícula, caulículo, folículos e até substâncias de reserva) – mas precisa de um ventre (solo) e condições para se desenvolver (os nutrientes – no estrume ou adubo, nos sais minerais da terra, … que serão absorvidas com a ajuda da água).
 
Até aqui se encontra analogia com o que se passa dentro do ventre materno em que o embrião humano está protegido pelo líquido amniótico e recebe todos os nutrientes para o seu desenvolvimento através do cordão umbilical que o liga à progenitora.
A mãe passa a ter alguns cuidados para que o seu futuro bebé disfrute das melhores condições para o seu desenvolvimento. Ainda não o vê mas, mas já cuida dele.
 
 
 
Também o agricultor dá algum conforto à sua semente, cobrindo-a com a terra fofa, sem antes lhe preparar os nutrientes essenciais: estrume, adubo, material orgânico.
 
Também antes os pais sonharam, idealizaram e prepararam condições económicas, de organização para a recepção do novo ser.
Afinal foi o que cada agricultor (lavrador) fez, ao preparar o terreno, lavrando-o, frezando-o, tirando pedras e ervas daninhas, que pudessem ser obstáculo para que a semente, agora lançada, vingasse e desse um novo ser perfeito e viçoso.
 
"O QUE VOCÊ SEMEAR, VOCÊ COLHERÁ” – ditado popular
 
Ainda antes foi preciso escolher cuidadosamente a semente que mostrasse melhores condições (grande parte delas já apartadas desde a última colheita).
 
 
 
Chegou o momento de tanta espera, destes novos seres vivos que serão as novas plantas: o milho, o centeio, o trigo, as favas, o tomate, pepino, feijão, …. – lança-se a semente à terra.
 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Tal como o embrião humano também as sementes nem sempre dependem das condições e cuidados que lhes depositamos. Podem ser doenças que não se podem prever e na agricultura além disso ainda dependem de factores climatéricos que não se podem controlar.

 
Basta uma chuva, granizo, geada, frio ou calor em demasia e fora de tempo, para que todo o trabalho anteriormente feito, vá “por água abaixo” e desfaça sonhos, previsões sentindo o vazio de todo esse trabalho, sentindo que foi em vão, e quase sempre sem qualquer retribuição económica que seria, a base de sobrevivência para uma boa parte do ano.
É o "aborto" expontâneo" que leva à desilusão, deixa cair todas as expectativas e leva por vezes à revolta interior.
 
É esta talvez uma das razões para se verem pela Aldeia cada vez mais terreno de poulo”.
 
 
 
Tanto “ventre” que depois de décadas e décadas de terem “partos” consecutivos e produtivos, que davam sustento a todas as famílias (e numerosas), são agora “úteros vazios”, dando lugar a locais carregados de “fungos”, “bactérias”, enfim ervas daninhas que em nada enobrecem esses ventres fecundos e sadios.
 
Mas mesmo contra todas essas adversidades as gentes residentes/resistentes, não baixam os braços e lutam e persistem (e ainda bem) em semear as suas terras e hortas, esperando o nascimento dos novos seres vivos que serão, quais filhos, que os apoiarão ao longo do(s) o(s) ano(s).
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Continuam a cuidar das suas sementes, que no seio da terra se vão desenvolvendo, sachando a terra, eliminando as ervas daninhas que lhes roubam o sustento “às suas filhas”, e arejam o terreno e em tempo de canícula vão logo, antes do nascer do sol, regá-las, para que nada lhes falte.
 
Começam a emergir, da terra tenras plantas, indefesas e necessitadas de cuidados redobrados – é a fase do nascimento.
 
Mas tal como nos humanos, é altura de alegria, mas não o fim. Ainda falta muito para deixarem de ser cuidadas, pois até ao amadurecimento (até adultos) precisam dos seus progenitores.
 
Todos os cuidados são fundamentais e não há tempo para desleixos.
 
Tanto no desenvolvimento de um bebé como de uma planta, cada fase precisa de tarefas distintas e nem sempre fáceis, a maior parte das vezes são árduas e às vezes penosas.
Tal como se deseja a um bebé que ele seja perfeito e saudável, também depois da sementeira é preciso desejar um bom desenvolvimento das plantas para que a colheita seja proveitosa e proporcional ao esforço dispendido.
 
Por tudo isso, o meu desejo é que todas as colheitas realizadas sejam proporcionais ao esforço que, embora eu não o fizesse, observei e constatei a forma como cada agricultor dispendeu com muito esforço (as mão calejadas, as costas doridas, as dores nas pernas e braços, canseiras em arranjar quem ajude, que o tractor funcione, que …. até porque a população vai envelhecendo e as forças já não são as mesmas dos 20 anos.
 
Claro que há, felizmente, jovens (poucos) que ainda trabalham a terra, ajudando os pais e espantem-se: jovens casais, com a colaboração dos filhos, que sendo oriundos de Águas Frias compraram casa e terrenos e que vem das terras onde vivem (a centenas de quilómetros) e passam o seu fim-de-semana a trabalhar na Terra que é a sua.
 
 
São poucos mas são de louvar, pois prescindem muitas vezes do seu tempo de lazer e férias para tratar as terras, hortas e vinhas que certamente, sem a sua intervenção iriam juntar-se às muitas que, ao abandono se encheram de silvas, gestas e todo o tipo de ervas que invadem os terrenos incultos.
 
A Tia Lila ensinando como se cava o rego para se colocarem as sementes ...
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Os ensinamentos foram eficazes e ... mãos na enxada e o rego lá vai seguindo o seu caminho.    Citadinos com amor pela terra.
 
Com a supervisão da Tia Lila, todos trabalham; uns cavam , outros semeiam, uns com mais geito, outros sem geito nenhum,....
 
 
 
Todos dão seu contributo (segundo o seu geito) sob o olhar atento do cão.
 
Aqui se pode ver as diferenças de postura de quem já semeia há décadas e quem nunca o tinha feito. A tia Lila de costas direitas , descontraída, lançando de forma ritmada as sementes à terra, outro, de costas curvadas com medo que as sementes não caiam no sítio certo.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O amor à sua Terra e à terra, ainda existe ...
 
 
 
Antes de terminar este tema e, se repararam não mencionei o “semear” da batata, pois penso que é pouco "correcto", pelo menos cientificamente, falar de semear quando afinal a batata é um tubérculo e não uma semente e por isso seria mais correcto, pelo menos no seu conceito, em falarmos em plantar batatas (mesmo quando dizemos “batata de semente”).
 
 
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Queria deixar ainda um poema de Luiz Wilson, dedicando-o a todos os agricultores, em especial áqueles que mesmo com o avançar da idade, ainda cultivam a terra com a mesma paixão dos seus vinte ou trinta anos:
 
 
“Canto meu verso para o velho agricultor
Reconhecendo seu valor por sua forma de plantar
Ele agora já tem seu rosto enrugado
Seu andar modificado mas não pára de lutar
 
A sua enxada é sua arma mais potente
Agricultor, homem valente, homem da mão calejada
O cansaço é invisível no seu rosto
Ele tá sempre disposto e não teme qualquer jornada
 
Sua experiência vale um bom troféu
Para o velho agricultor eu tiro o meu chapéu
 
É muito cedo na hora que o galo canta
Quando ele se levanta e bota lenha no fogão
Toma um café muitas vezes apressado
Pensando lá no roçado como se fosse o patrão
 
Não há relógio que controle o seu horário
O Sol é seu calendário, seja em que tempo for
Cada estação ele sonha com a colheita
Sua fé sempre respeita e trata a terra com amor
 
Sua experiência vale um bom troféu
Para o velho agricultor eu tiro o meu chapéu”
 
 
 
 
 
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E lembremos sempre do velhos ditados populares sobre a sementeira:
 
 

"Quem semeia ventos, colhe tempestades”

“Quando a Lua minguar, nada hás-de semear “
 
"Falar é semear; ouvir é colher”
 
 
 
E já agora que Maio está a terminar, alguns provérbios sobre este mês:
 
 
"O Maio me molha, o Maio me enxuga
 
Maio ventoso faz o ano formoso
 
Maio couveiro não é vinhateiro.
 
Maio frio e Junho quente: bom pão, vinho valente.
 
Maio hortelão, muita palha e pouco grão.

Maio pardo e ventoso faz o ano formoso.
 
As favas, Maio as dá, Maio as leva.
 
Quando Maio chegar, quem não arou tem de arar.
 
Uma água de Maio e três de Abril valem por mil.
 
 

Até lá ... Boas Colheitas.
 
 
 
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