ÁGUAS FRIAS - Chaves - PORTUGAL
Memórias e outras da Aldeia de Águas Frias - Chaves - Trás-Os-Montes - PORTUGAL
Águas Frias (Chaves) - Estória de uma noite de agosto (18 AGO 2011)
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Águas Frias (Chaves)
Estória de uma noite de agosto
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Republicação de 18 de agosto de 2011, in:
https://aguasfrias.blogs.sapo.pt/2011/08/18/
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Em tempos que já lá vão, … ou não…, o mês de agosto já ia meado, e as noites estavam numa temperatura agradável, onde o fresco e uma brisazinha, convidavam uma saída para a rua.
A pequena e bela aldeia de Águas Frias, tinha-se mais uma vez, nesta altura, transformado.
Todos os que durante os restantes 11 meses labutaram noutras terras, sempre com o pensamento na “sua” terrinha, estavam sedentos de confraternização e extravasar a sua alegria.
Todos os motivos serviam para conviver.
E então a juventude … sim porque, neste mês, Águas Frias tinha juventude.
Ei-los que numa noite resolveram, a pretexto de uma despedida de solteiro, se juntarem no “Concelho” e ao som das colunas de um automóvel com o “cofre” aberto fazendo caixa de ressonância, de uma “água da CUF” na mão, fazer um arraial.
As colunas debitavam uns bons decibéis de música popular,… daquela que faz animar a malta e convida a uns saltaricos. Foi até às tantas da manhã …
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Na noite seguinte, …
Preparava-se outra animação, mas antes, alguém tentou boicotar a noitada, deitando ou uma “penicada” ou água de bacalhau, ou seja o que fosse, … o certo é que o “Concelho” ficou empestado de um fedor nauseabundo, que mesmo depois de uma baldadas de água ainda assim permanecia.
Mas se pensam que isso afasta um aquafrigidense, desenganem-se.
O “pessoal” foi chegando, juntando-se no pequeno largo ou sentando-se nas escadas do Henrique.
Nessa noite estava previsto nova animação, agora substituindo a aparelhagem do automóvel, por música ao vivo.
O Diogo levou o seu saxofone e um outro jovem, o Renato levou uma guitarra.
E, “toma!... Lá vai disto” … música popular ao vivo e gente a acompanhar ou mesmo a dançar.
Estavam os condimentos certos para mais uma noite de alegria e convívio, senão quando, houve a ameaça de chamar a GNR.
Ei lá, já não chegava a “penicada” e agora era preciso chamar a autoridade para impedir o convívio de uma noite, extravasando a alegria contida durante 11 meses!!!?
A dita GNR não veio, mas já chegou para estragar os ânimos e a “festa”.
Será que aqueles que se queixavam que a Aldeia estava a morrer aos poucos e que nada se passava, eram os mesmos que estrangulavam a animação mesmo que seja durante uns dias do mês de agosto?
Isso nunca saberemos, mas que se passou, passou … e a “festa” ficou pelo “intervalo”.
Esta estória é verdadeira e passou-se nesta pequena (cada vez mais pequena) mas cada vez mais bela Aldeia (mesmo com estes contratempos) de Águas Frias.
Até breve, mas com outras estórias, espero que sem percalços pelo meio.
Haja alegria e convívio, ao menos umas vezes por ano, nem que seja somente no mês de agosto.
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Águas Frias (Chaves) - Churrascada no Castelo de Monforte do Rio Livre (13 AGO 2007)
Águas Frias (Chaves)
Churrascada no
Castelo de Monforte do Rio Livre
(13 AGO 2007)
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Republicação de 13 de agosto de 2007, in:
https://aguasfrias.blogs.sapo.pt/2007/08/13/
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No último post descrevi uma visita virtual ao Castelo de Monforte de Rio Livre.
Hoje vou descrever, de forma muito sucinta, um fim de tarde e início de noite, real, no referido Castelo.
Na tarde de 11 de agosto, concretizou-se, tal como no ano anterior, uma churrascada, embora só para homens, de Águas Frias e Casas de Monforte.
Os primeiros a chegar ao castelo foram acendendo os grelhadores (já devidamente arranjados), com ramos de gestas, estando sempre alguém a vigiar a chama.
Agora que as brasas davam o calor suficiente foram-se colocando o entrecosto, entremeada, salsichas frescas, … Hummm, o cheirinho já convidava.
Tudo se fazia no meio de muita colaboração e boa disposição.
Eis que chega o cordeiro, já assado e, … vamos lá a parti-lo.
A Srª Virgínia fez propositadamente, e mesmo com este calor, uma fornada de pão para esta churrascada. Parabéns, estava divinal.
Tudo pronto, mesa posta, … vamos lá banquetearmo-nos.
Por entre muitas conversas, piadas e troca de recordações, lá se foram degustando as diversas iguarias, sempre empurrando com o tinto da terra.
O sol foi-se pondo, dando um ar místico ao acontecimento, … a noite foi chegando, mas a confraternização foi continuando, havendo até acompanhamento musical ao som de um acordeão e de uma concertina.
Não podendo descrever as emoções, ficam as recordações, de um alegre convívio e na esperança de que outras ocasiões semelhantes ocorram.
Isto parece que vem corroborar as duas primeiras escolhas das Maravilhas de Águas Frias:
- As suas Gentes – alegres, hospitaleiras, empenhadas no que fazem, …(não enumerarei mais nenhuma qualidade pois corro o risco de não mencionar todas).
- O Castelo de Monforte do Rio Livre – lugar que além da sua história, da beleza do lugar, das paisagens que de lá se vislumbram, se tornou um lugar emblemático para as terras de Monforte em particular e para as terras flavienses em geral.
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Devo à Paisagem as Poucas Alegrias que Tive no Mundo (17 julho 2011)
Devo à Paisagem
as Poucas Alegrias
que Tive no Mundo
Miguel Torga
Republicação, de 17 julho 2011, in:
https://aguasfrias.blogs.sapo.pt/2011/07/17/
"Devo à paisagem as poucas alegrias que tive no mundo. Os homens só me deram tristezas. Ou eu nunca os entendi, ou eles nunca me entenderam. Até os mais próximos, os mais amigos, me cravaram na hora própria um espinho envenenado no coração.
A terra, com os seus vestidos e as suas pregas, essa foi sempre generosa. É claro que nunca um panorama me interessou como gargarejo. É mesmo um favor que peço ao destino: que me poupe à degradação das habituais paneladas de prosa, a descrever de cor caminhos e florestas.
As dobras, e as cores do chão onde firmo os pés, foram sempre no meu espírito coisas sagradas e íntimas como o amor. Falar duma encosta coberta de neve sem ter a alma branca também, retratar uma folha sem tremer como ela, olhar um abismo sem fundura nos olhos, é para mim o mesmo que gostar sem língua, ou cantar sem voz.
Vivo a natureza integrado nela. De tal modo, que chego a sentir-me, em certas ocasiões, pedra, orvalho, flor ou nevoeiro. Nenhum outro espetáculo me dá semelhante plenitude e cria no meu espírito um sentido tão acabado do perfeito e do eterno. Bem sei que há gente que encontra o mesmo universo no jogo dum músculo ou na linha dum perfil.
Lá está o exemplo de Miguel Ângelo a demonstrá-lo. Mas eu, não.
Eu declaro aqui a estas fundas e agrestes rugas de Portugal que nunca vi nada mais puro, mais gracioso, mais belo, do que um tufo de relva que fui encontrar um dia no alto das penedias da Calcedónia, no Gerez. Roma, Paris, Florença, Beethoven, Cervantes, Shakespeare...
Palavra, que não troco por tudo isso o rasgão mais humilde da tua estamenha, Mãe!"
Miguel Torga, in "Diário (1942)"
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