ÁGUAS FRIAS - Chaves - PORTUGAL
Memórias e outras da Aldeia de Águas Frias - Chaves - Trás-Os-Montes - PORTUGAL
Devo à Paisagem as Poucas Alegrias que Tive no Mundo (17 julho 2011)
Devo à Paisagem
as Poucas Alegrias
que Tive no Mundo
Miguel Torga
Republicação, de 17 julho 2011, in:
https://aguasfrias.blogs.sapo.pt/2011/07/17/
"Devo à paisagem as poucas alegrias que tive no mundo. Os homens só me deram tristezas. Ou eu nunca os entendi, ou eles nunca me entenderam. Até os mais próximos, os mais amigos, me cravaram na hora própria um espinho envenenado no coração.
A terra, com os seus vestidos e as suas pregas, essa foi sempre generosa. É claro que nunca um panorama me interessou como gargarejo. É mesmo um favor que peço ao destino: que me poupe à degradação das habituais paneladas de prosa, a descrever de cor caminhos e florestas.
As dobras, e as cores do chão onde firmo os pés, foram sempre no meu espírito coisas sagradas e íntimas como o amor. Falar duma encosta coberta de neve sem ter a alma branca também, retratar uma folha sem tremer como ela, olhar um abismo sem fundura nos olhos, é para mim o mesmo que gostar sem língua, ou cantar sem voz.
Vivo a natureza integrado nela. De tal modo, que chego a sentir-me, em certas ocasiões, pedra, orvalho, flor ou nevoeiro. Nenhum outro espetáculo me dá semelhante plenitude e cria no meu espírito um sentido tão acabado do perfeito e do eterno. Bem sei que há gente que encontra o mesmo universo no jogo dum músculo ou na linha dum perfil.
Lá está o exemplo de Miguel Ângelo a demonstrá-lo. Mas eu, não.
Eu declaro aqui a estas fundas e agrestes rugas de Portugal que nunca vi nada mais puro, mais gracioso, mais belo, do que um tufo de relva que fui encontrar um dia no alto das penedias da Calcedónia, no Gerez. Roma, Paris, Florença, Beethoven, Cervantes, Shakespeare...
Palavra, que não troco por tudo isso o rasgão mais humilde da tua estamenha, Mãe!"
Miguel Torga, in "Diário (1942)"
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Cerejeira (Cerdeira) – Da Flor ao Fruto - junho 2008
CERDEIRA (Cerejeira)
Da Flor ao Fruto
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Republicação de 23 de junho de 2009, in:
https://aguasfrias.blogs.sapo.pt/2009/06/23/#topo
Cerejeira (ou Cerdeira) é o nome dado a várias espécies de árvores, algumas frutíferas, outras produtoras de madeira nobre. Estas árvores classificam-se no sub-género Cerasus incluído no género Prunus (Rosaceae). Os frutos da cerejeira são conhecidos como cerejas, algumas delas comestíveis. A cerejeira foi introduzida na Europa, sendo que é uma planta originária da Ásia.
As cerejas são frutos pequenos e arredondados que podem apresentar várias cores, sendo o vermelho a mais comum entre as variedades comestíveis. A cereja-doce, de polpa macia e suculenta, é servida ao natural, como sobremesa. A cereja-ácida ou ginja, de polpa bem mais firme, é usada na fabricação de conservas, compotas e bebidas licorosas, como o Kirsch, o Cherry e o Marasquino.
As cerejas contém proteínas, cálcio, ferro e vitaminasA, B, e C. Quando consumida ao natural, tem propriedades refrescantes, diuréticas e laxativas. Como a cereja é muito rica em tanino, consumida em excesso pode provocar problemas estomacais, não sendo aconselhável consumir mais de 200 ou 300 gramas da fruta por dia.
O cultivo da cerejeira é realizado em regiões frias. Necessitam de 800 a 1000 horas de frio para que possam produzir satisfatoriamente em áreas com Invernos frios e chuvas.
In - http://pt.wikipedia.org/wiki/Cerejeira
Mais que uma vez me vou referir a esta árvore de fruto que ora concentrada em grande cerejal até disseminada um pouco por toda a aldeia de Águas Frias.
É, para mim a árvore de fruto de eleição das muitas que se encontram pela aldeia.
Não é somente o sabor suculento do fruto por ela produzido, mas toda a beleza desde a floração, até ao desenvolvimento do fruto passando pelas variadas colorações por que vai passando.
Com o início da Primavera a cerdeira (cerejeira) vai desenvolvendo, lentamente, uma flor pequena, simples e alva.
Por si só, não passaria de uma flor comum a muitas outras, mas esta singeleza torna-se magnânima, quando todas as suas irmãs desabrocham tornando cada árvore uma fonte de admiração.
Agora imaginem um campo repleto delas … um espectáculo que a vista não se cansa de observar.
Um “mar” branco de flores.
Tenho comparado esta imagem às amendoeiras em flor, que tanta publicidade lhe é dada, mas esta (cerejeiras) é, senão mais bela, sê-lo-á, certamente de igual beleza.
Pena que não se promova este espetáculo, que embora efémero, poderia ser palco para que muita gente que nunca teve esse privilégio de o ver e ao mesmo tempo poder contactar com a Aldeia e a sua hospitaleira gente.
Mas a beleza desta árvore não fica por aqui.
O vento, as abelhas e outros insetos, trabalham afincadamente para que a polinização se faça e a fecundação se concretize.
Começam a aparecer por entre a folhagem “cachos” de pequenos frutos, ainda pequenos e verdes.
Com a ajuda do sol e de alguma água, esses frutos verdes vão faseadamente tomando diversos coloridos; verde claro, amarelado, mesclado de amarelo e rosado, até …
... finalmente, a partir de fins de maio e junho, tomarem a sua majestosa cor vermelha (mesmo assim em diversas tonalidades consoante a variedade da cerejeira, do rosado, ao vermelho vivo até ao granã quase negro).
A beleza desta árvore torna-se novamente surpreendente, pois a mistura da folhagem verde salpicada de frutos vermelhos, torna-a única.
Falar dela faz revisualizar esta paisagem, mas nada se compara com a visualização no local, enquadrada em toda a sua envolvente.
Se acham que exagero, na devida época venham vê-las. Penso que se forem rápidos ainda encontrarão muitas carregadas de fruto.
E por falar de fruto e como diz o ditado popular e com razão “é a cereja em cima do bolo” – não é por acaso que este ditado popular, percorrendo séculos, ainda é hoje amplamente aplicado para designar que “agora sim, tudo está perfeito”.
AGORA JÁ NÃO PRECISA ABRIR A CEREJA
PARA VERIFICAR SE TEM "BICHO"
Basta seguir os seguintes conselhos:
1.º - Verificar cuidadosamente a cereja em toda a sua superfície;
2.º Se na cereja encontrar um pequeno orifício - PODE COMER À VONTADE, porque o "bicho" que estava no interior já saíu.
3.º Se a cereja não tiver qualquer oríficio, PODER COMER À VONTADE, pois é sinal que o "bicho" não entrou.
BOM APETITE !!!!!!
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Dia Mundial da Criança
Dia Mundial da Criança
A origem do Dia Mundial da Criança
Este Dia foi criado em 1950, alguns anos após o fim da II Guerra Mundial, para sensibilizar a comunidade internacional para os problemas que atingiam tantas crianças no mundo. Num panorama flagelado, em termos sociais e humanitários, a Federação Democrática Internacional das Mulheres e a ONU quiseram defender as crianças dessa destruição.
No entanto, ainda hoje estão por cumprir tantos dos princípios da Declaração Universal dos Direitos da Criança. A Unicef revelou que há 30 milhões de crianças em extrema dificuldade, nos países ditos desenvolvidos.
Este é um dia que fará todo o sentido lembrar enquanto existirem no mundo crianças a quem são negados os cuidados mais básicos – amor, saúde e segurança. Podemos mimar os nossos, sempre, ensinar-lhes quais os seus direitos, e consciencializar assim os adultos do futuro sobre a importância dos sentimentos, das boas ações e da ajuda ao próximo.
A Declaração Universal dos Direitos das Crianças
- Todas as crianças têm o direito à vida e à liberdade.
- Todas as crianças devem ser protegidas da violência doméstica.
- Todas as crianças são iguais e têm os mesmos direitos, não importa a sua cor, sexo, religião, origem social ou nacionalidade.
- Todas as crianças devem ser protegidas pela família e pela sociedade.
- Todas as crianças têm direito a um nome e nacionalidade.
- Todas as crianças têm direito a alimentação e ao atendimento médico.
- As crianças portadoras de dificuldades especiais, físicas ou mentais, têm o direito a educação e cuidados especiais.
- Todas as crianças têm direito ao amor e à compreensão dos pais e da sociedade.
- Todas as crianças têm direito à educação.
- Todas as crianças têm direito de não serem violentadas verbalmente ou serem agredidas pela sociedade.
Ver também: