ÁGUAS FRIAS - Chaves - PORTUGAL
Memórias e outras da Aldeia de Águas Frias - Chaves - Trás-Os-Montes - PORTUGAL
Da janela ... (em 15 de setembro de 2007) - Águas Frias (Chaves) - PORTUGAL
Da janela ...
Republicação de 15 de setembro de 2007, in:
https://aguasfrias.blogs.sapo.pt/2007/09/15/
É, de facto, um privilégio, poder abrir a janela e depararmo-nos com uma paisagem destas ... é Águas Frias.
É soberba a mistura dos variados tons da paleta das cores da natureza:
- os verdes dos feijoeiros, devidamente, e quase geometricamente, alinhados, dos campos de milho, dos verdes das copas das árvores;
- os vermelhos e laranjas dos telhados novos ou velhos;
- os castanhos claros do restolho;
- os variados castanhos da serra de Mairos pintalgada com o seu casario;
- o cinzento claro do fumo lançado pelas chaminés, demonstrando a existência de Vida (e que o tempo, mesmo em Agosto, nada tinha de abrasador);
- o azul do céu pincelado de alvas nuvens;
- o branco debruado a cinzento do granito da torre sineira do igreja;
- ...
Se eu fosse pintor, gostaria de pintar uma paisagem destas, ....
Ela consegue transmitir-nos, em doses comedidas, paz, meditação, contemplação, ...
Com esta paisagem veio-me à memória um poema de Alberto Caeiro, que, porventura, até contrasta com o que acabei de escrever, mas de qualquer forma, gostaria de partilhar com quem por aqui possa passar.
Filosofia da janela fechada
Não basta abrir a janela
Para ver os campos e a serra.
Não é bastante não ser cego
Para ver as árvores e as flores.
É preciso também não ter filosofia nenhuma.
Com filosofia não há árvores: há ideias apenas.
Há só cada um de nós, como uma cave.
Há só uma janela fechada, e todo o mundo lá fora;
E um sonho do que se poderia ver se a janela se abrisse,
Que nunca é o que se vê quando se abre a janela.
Alberto Caeiro (1925)
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Relógio de Sol - junho de 2007
RELÓGIO DE SOL
Águas Frias - Chaves
PORTUGAL
republicação de 08 de junho de 2007, in:
No canto direito, junto a um dos pináculos, sobre a cornija central da Igreja de Águas Frias poderemos observar um Relógio de Sol.
Embora nos dias de hoje a sua utilidade seja meramente decorativa, ela já foi/ou terá sido de grande utilidade na medição/organização do tempo, “guiando” o tempo disponível para as tarefas diárias dos seus habitantes.
Este instrumento, que não necessitando de “pilhas alcalinas”, dar corda, ou qualquer fonte energética, tinha um inconveniente … só “trabalhava” quando estava sol, dando jus ao seu nome – Relógio de Sol.
Desde os primórdios da Humanidade que o Homem foi observando que a sombra de um objecto projectada pelo Sol, lhe dava indicações para medir o tempo ao logo do dia (a sombra crescia até ao meio do dia e decrescia à medida que este se esgotava, com a aproximação da noite). Baseados nesta constatação chegou-se à construção de Relógios de Sol, que se pensa terem surgido no Egipto ou na Mesopotâmia desde 3000 A.C.
O exemplar da Igreja Matriz de Águas Frias tem um mostrador de forma circular, onde estão pintadas as horas (solares) e no centro um triângulo em ferro (gnomon), que em dias de sol projecta a sua sombra no mostrador dando-nos a indicação da hora solar.
Este exemplar ainda é abrilhantado com a estilização do próprio Sol.
Embora já sem utilização prática é um elegante elemento decorativo que enaltece todo o conjunto que é a Igreja Matriz.
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